segunda-feira, 11 de abril de 2011

MEUS SOTAQUES E LÍNGUAS



Digo saudade com sotaque mineiro, saudade sonora de “ôce”
Vou peleiar com sotaque gaudério, com “erre” riscando o palato
Suspiro com sotaque baiano, silabas repletas de ar e de manha

Muitos são os meus sotaques

Meu mundo é suave como a língua de Cervantes
É dramático como a língua e Camões
E se quero minha reserva selvagem, viro som gutural germânico

Muitas são as minhas línguas

E quando o silêncio me acomete, por amor ou quem sabe distração
Quando a palavra e o som se ausentam, findam sem mais
Resta o projeto de nada que em mim verdadeiramente se encarna
Devir que se faz verbo

As muitas poesias que sou



Vladimir Luz

5 comentários:

  1. Mazá galdério baiano e catarina!
    Que tal? Mais faceiro que guri de bombacha nova?
    Saudações fraternais

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  2. Professor, independente de qualquer coisa, acho que devemos sempre manter nosso Eu verdadeiro, não permitir que sejamos assassinados dia após dia. Somos todos únicos. O Vladimir, tem que ser sempre o Vladimir. Mantenha sua origens, faça como o exemplo que o senhor nos deu em aula. Como os africanos conseguiram continuar com sua cultura, mesmo sendo reprimidos e escravizados. Amo meu professor Vladimir, aquele que é baiano, que diz que ralou e se esforçou pra ser o que é hoje. Conta sempre . bjos =*

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  3. Ayheza, metaforicamente, não somos nem baianos, gauchos, brasileiros... o que nos define nao é o local de nascimento físico, apenas, pois somos seres abertos ao desconhecido.

    Obrigado!

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  4. Ah professor, o senhor me entendeu! seu bobo heheheheh

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