quarta-feira, 21 de setembro de 2011
2 de julho (para quem não tem 20 de setembro)
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Sobe a ladeira da vida
Penhor de sol e mar
Brasa ardente na pele ancestral
Ocaso de lanças e danças sem fim
E na subida observa quantos se foram
Observa as correntes partidas, os amores partidos
Observa a criança nua, gesto cativo da mãe
Observa a luz de tantas eras, escuridão revivida
Ouve, então, o som do tambor da guerra, o mesmo da alegria
Atento ao silêncio dos livros oficiais
Ao rumor do dia que sempre começa
Parto de Justiça, machadinha de Xangô
Tropeço, dança, grito na rua estreita
Sobe, sem medo, a ladeira da vida
No seu topo não há fim, não há chegada
Apenas mirante, apenas miragem
O fardo feliz de que se pode, enfim, viver
E lutar
terça-feira, 6 de setembro de 2011
PALAVRAS
Não sei ser sem palavras
Tudo que tenho são palavras
Sentidos que se traduzem no dito e não dito
Se penso “mundo”, a palavra mundo se faz mundo
Mas ao lado das palavras deixo um espaço
O lugar do mistério
O lugar do caos
Sem início, sem verbo
Apenas substantivo
Candeia que me faz vivo
E finito
Vladimir: Vla – di – mir
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