terça-feira, 29 de julho de 2008

ILUSÕES

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Eu tenho um encanto que sempre se desespera
Um encanto noturno – angústia de viver

Eu tenho mãos de escriba
Mãos sedentas - cerradamente à espera

Eu tenho o gosto do fim
Pois em minha boca congelaram os beijos do passado

Eu tenho em mim a fronte do pecado
A marca de Caim, o apelo invisível da queda

Eu tenho muito pouco
Apenas o segundo que passa
Instante sem nexo nem amor
– pedaço de mim que se vai

Pedaço partido do que sou


29.07.2008
Vladimir Luz

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