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Eu tenho um encanto que sempre se desespera
Um encanto noturno – angústia de viver
Eu tenho mãos de escriba
Mãos sedentas - cerradamente à espera
Eu tenho o gosto do fim
Pois em minha boca congelaram os beijos do passado
Eu tenho em mim a fronte do pecado
A marca de Caim, o apelo invisível da queda
Eu tenho muito pouco
Apenas o segundo que passa
Instante sem nexo nem amor
– pedaço de mim que se vai
Pedaço partido do que sou
29.07.2008
Vladimir Luz
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